Vila Nova de Famalicão terá, até outubro, uma “teia de arte, de identidade e de inovação” a percorrer o seu Centro Urbano. Madalena Martins é a responsável pela instalação “Fio Condutor”, recriando todo o processo têxtil.
“Fio Condutor” é o nome da instalação artística de Madalena Martins que foi inaugurada, no dia 9 de julho (Dia da Cidade), no Centro Urbano de Famalicão. Até outubro será possível percorrer o designado fio de têxtil, que recria todo o processo desta arte que marca a cidade – Famalicão é um “importante centro de produção, investigação e desenvolvimento” do setor têxtil.
A instalação começa por mostrar a transformação do algodão em fio e são as árvores centenárias dos jardins dos Paços do Concelho que ajudam a suportar o algodão. É delas que partem os fios brancos para se poderem encontrar, cruzar e, por fim, criar uma teia.
O processo segue-se para a Rua Adriano Pinto Basto, onde é recriada a tecelagem: no ar surgem representações dos teares que trabalham os fios e se continuarmos a percorrê-los, a certa altura, a linha branca tinge-se de vermelho, fazendo referência ao processo de tinturaria têxtil.
Chegando ao edifício de Famalicão da íris, surge um novo fio com uma cor vibrante e quente, mas este segue um percurso mais livre e procurando novos caminhos. O percurso termina na Praça D. Maria II, onde todos os fios são recebidos pela estátua de D. Maria II (fundadora do concelho), que posteriormente os transforma em tecido e com este tricota a sua própria saia.
A instalação artística demonstra ser sustentável, sendo construída com os desperdícios da histórica empresa têxtil Riopele: foram utilizadas mais de três toneladas da designada “Ourela falsa de tear” (aparas do final de produção de um tecido).