O cineasta Pedro Gil de Vasconcelos é o autor do premiado documentário, em forma de curta, “O meu Caminho”, baseado no relato do Caminho de Santiago de Geira e Arrieiros – um dos trezes já percorridos. Mas não fica por aqui: “Caminhos que faço meus” é a mais recente obra literária e o “O nosso caminho” um novo documentário mais abrangente.
Foi ao longo de um percurso de 240 quilómetros que Pedro Gil de Vasconcelos produziu a curta-metragem “O meu Caminho”. Acompanhado pelo seu amigo, Adriano Carneiro, o caminho começou em Braga e terminou em Santiago de Compostela. A partir de uma Câmara de Smartphone tudo foi gravado e, mais tarde, lançado em curta-metragem.
O caminho de Geira e Arrieiros foi o escolhido para entrar na curta por ser considerado o “mais selvagem, com menos condições e um dos que tem mais história”, explicou Pedro Gil de Vasconcelos, em entrevista ao Jornal de Notícias. Para além disso, atravessa o Parque Nacional do Peneda-Gerês e, parte do caminho, acontece por uma “velha estrada romana”. O cineasta chegou ainda a confessar que é um caminho “encantador e mágico”.
No “O meu Caminho” o autor conta as diferentes histórias e realidades com o qual se cruza, no qual a natureza acaba por ser grande elemento em destaque, focando nas suas diferentes camadas.
Inicialmente o reconhecimento nacional não foi imediato, mas, o realizador decidiu inscrever a curta no “New Waves Short Film Festival”, o que lhe fez vencer na secção “Fé e Religião” da categoria “Melhor Documentário”. A partir daí, arrecadou mais sete prémios internacionais e três menções honrosas. Este ano, Pedro Gil de Vasconcelos viu a sua curta ser convidada a participar no Fantasporto, integrando a semana dos realizadores portugueses, o que é, para o autor, um grande feito.
Em junho, o cineasta lança o livro “Caminhos que faço meus”. Esta obra foi escrita antes da produção do documentário, durante o 12º caminho, e foca-se nas experiências que teve durante os 320 km do denominado Caminho Primitivo. O narrador é sempre o cineasta, mas é dividido entre duas narrativas: uma principal, “focada na caminhada, no que se encontra e no que se vê” e uma secundária, com memórias do autor, de outras aventuras que lhe marcaram e que, naquele momento lhe fizeram recordar. Exemplo disso foi o amanhecer no Cazaquistão, do qual não tens registos, mas que afirma ser “o melhor amanhecer que já viu no mundo”. Apesar de ter escrito a obra antes do documentário, o autor não conseguia que uma editora o publicasse, mas depois do sucesso obtido com a curta, foi o próprio contactado para tal. Até agora, pôde apresentá-lo na Feira do Livro de Lisboa e em vários locais espalhados pelo país. As opiniões dos leitores têm sido “fantásticas”, o que “enchem de orgulho” Pedro Gil de Vasconcelos.
O escritor e cineasta não fica por aqui: Este mês, lança um documentário sobre mais um dos caminhos de santiago que percorreu – o Caminho Português Central. No entanto, nesta peça deixa de ter o papel de protagonista e atribui-o aos outros peregrinos e às pessoas que estão lá para ajudar os caminhantes (voluntários, organizações, pequenos negócios, entre outros). “O nosso caminho” apresenta uma perspetiva mais abrangente e ampla, pretendendo focar-se nas experiências de pessoas com quem se foi cruzando. Este foi inscrito no mesmo festival que “O meu caminho”, “New Waves Short Film Festival”, e voltou a ganhar o mesmo prémio – “Fé e Religião” da categoria “Melhor Documentário”.