O PATRIMÓNIO HISTÓRICO-CULTURAL ENQUANTO ELEMENTO DISTINTIVO DE MOGADOURO 

 O PATRIMÓNIO HISTÓRICO-CULTURAL ENQUANTO ELEMENTO DISTINTIVO DE MOGADOURO 

O município de Mogadouro tem vindo a desenvolver e a promover projetos e ações de valorização e salvaguarda do Património Histórico-Cultural. O objetivo passa por garantir, aos residentes e a quem visita o concelho, que é possível usufruir do legado deixado pelas gerações anteriores.

A valorização e a salvaguardada do património cultural deve ser entendida como uma mais-valia para a preservação dos valores materiais e imateriais, bem como para o desenvolvimento de uma economia sustentável. A reabilitação deste ativo requer que seja efetuada por um conjunto diversificado e especializado de profissionais da arquitetura, arqueologia, engenharia, conservação, restauro e construção, entre outros. O desenvolvimento de projetos e de ações que tenham como principal objetivo a salvaguarda permitirá disponibilizar um recurso endógeno valorizado, de extrema relevância, para promoção do território, tornando-o assim num polo de atratividade turística, porque quem valoriza a sua cultura está a valorizar-se.

Assim, de forma a concretizar este intento, o município de Mogadouro concretizou a ação material de valorização e conservação do Castelo dos Mouros de Vilarinho dos Galegos, integrada no projeto “Valorização e Conservação do Castelo dos Mouros e Castelo de Oleiros – Rede de Castros”. A segunda fase deste projeto, que culminou com a inauguração no dia 30 de abril de 2023, permitiu que fossem executados os trabalhos de conservação e restauro, assim como da colocação das estruturas de apoio, que tornaram este espaço visitável e mais entendível. Desta forma foram proporcionadas as condições necessárias para uma contínua valorização deste sítio, com especial valor arqueológico e também natural, que permite desenvolver, de forma responsável e sustentável, atividades culturais e recreativas agregadas às estruturas sociais e económicas. No mesmo projeto foram executados os trabalhos de conservação e restauro de duas secções da muralha e o levantamento topográfico do terreno e das estruturas visíveis do Castelo de Oleiros de Urrós e Bemposta.

Ainda, no âmbito desta iniciativa, foram colocados, em ambos os locais arqueológicos, um sistema de contagem de visitantes. A ação está integrada numa solução tecnológica de divulgação e promoção da Rede de Castros, que se pretende que venha a extrapolar as fronteiras geográficas de Mogadouro.

A PRESERVAÇÃO DO ESPÓLIO DE MOGADOURO

Um outro projeto, que tem vindo a revelar a riqueza patrimonial existente, denomina-se “História a Fresco – Rota da Pintural Mural” e é promovido pela Associação de Municípios do Baixo Sabor. Na área geográfica de Mogadouro foram contemplados os seguintes edifícios religiosos: Igreja de Santa Maria de Azinhoso, Capela do Santo Cristo de Bemposta, Capela do Divino Senhor da Fraga de Castro Vicente, Capela do Divino Senhor dos Aflitos, Igreja Paroquial de S. Martinho do Peso e Igreja Paroquial de Travanca. Esta iniciativa contemplou ações de conservação e restauro das pinturas murais, de alguns dos retábulos e na colocação de estruturas que permitam uma maior acessibilidade a estes bens culturais, por forma a garantir o direito de usufruto do Património Cultural a todos os cidadãos, conforme previsto na Constituição da República Portuguesa.

Na lógica da salvaguarda e da promoção da diversidade que compõe o acervo histórico e cultural, o município decidiu avançar com o desenvolvimento do projeto do futuro Museu de Mogadouro. O intuito é que o novo núcleo museológico seja um espaço de compromisso com o território, sobre o qual deve focar a missão de promover, divulgar e despertar a curiosidade do público, por forma a estabelecer uma ligação afetiva entre o objeto (entenda-se o território nas suas componentes materiais e imateriais humanas e ambientais) e a comunidade.

Nele estará patente uma temática expositiva e pedagógica centrada na ocupação humana, desde a Pré-História até à contemporaneidade, e da sua relação com o meio ambiente, num âmbito geográfico centrado no atual território mogadourense contextualizado na região onde se insere. Será composto por um acervo de índole arqueológica, de arte sacara e etnográfica, que permita dar a conhecer a riqueza histórica e cultural de Mogadouro, aos moradores e visitantes.

Para além dos projetos referidos, o município tem também como linha de ação a execução de trabalhos que visam a manutenção e conservação do património cultural. No seguimento, efetuou trabalhos de reparação e conservação da Torre da Igreja do Convento, pôs em prática ações de valorização e promoção de diferentes locais arqueológicos, em estrita colaboração com as respetivas Juntas de Freguesia.

A IMPORTÂNCIA DA PROTEÇÃO DOS IMÓVEIS

O regime jurídico português prevê a classificação dos imóveis nas categorias de nacional e público, para os quais a sua proteção é de importância nacional. A respetiva classificação determina que certo bem possui um inestimável valor cultural. Neste sentido, foi determinada a classificação do Castelo dos Mouros de Vilarinho dos Galegos como “Sítio de Interesse Público” e no âmbito local foi determinada a classificação de “Sítio de Interesse Municipal” a Muralha do Castelo de Bemposta.

Considerando que o Património Cultural Imaterial, e aqui importa referir que por património imaterial entende- se todas as práticas, sejam culturais, religiosas, rituais, de artes e ofícios, herdadas dos nossos antepassados e legadas aos nossos descendentes. Enquadrável na referida tipologia, o Chocalheiro de Bemposta foi declarado como Património Imaterial de Interesse Municipal, assumindo assim toda a comunidade mogadourense um papel de responsabilidade acrescida na salvaguarda, ou seja, na continuidade e originalidade desta importante manifestação da identidade cultural de Mogadouro.

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