Os Caminhos de Fátima e o Turismo Religioso

Os Caminhos de Fátima e o Turismo Religioso

O ano jubilar de 2025 lança um convite à peregrinação e pode ser uma boa oportunidade de descoberta e renovação interior. Os Caminhos de Fátima são uma rede de itinerários religiosos e culturais que partem de diversos locais e terminam no Santuário de Fátima, proporcionando a quem os percorre uma verdadeira espiritualidade. Iniciativa do Centro Nacional de Cultura (CNC), criam condições seguras e aprazíveis para peregrinos e caminhantes que se dirigem a Fátima. Evitando as estradas de grande circulação automóvel em favor de caminhos de terra e de pequenas estradas rurais, percorrem territórios variados com grande interesse cultural e paisagístico e articulam-se com outros itinerários de âmbito nacional e internacional.

O Caminho do Tejo inscreve-se no espaço geocultural marcado pelo rio Tejo e pelo complexo sistema natural, social e cultural associado a esta grande via fluvial que atravessa Portugal. Ao longo de 6 jornadas (150 km), parte de Lisboa e avança pela paisagem serena das planícies da Lezíria. Prossegue pelos planaltos, serras e vales do maciço calcário estremenho das Serras de Aire e Candeeiros, o ancestral e caraterístico território de transição entre o sistema fluvial do Tejo e o litoral atlântico. É um verdadeiro itinerário cultural e espiritual, de conhecimento, encontro, experiências, vivências e partilha.

O Caminho da Nazaré inscreve-se no território que se estende desde o litoral atlântico até ao interior montanhoso. Une dois importantes santuários marianos: o histórico Santuário de Nossa Senhora da Nazaré, implantado num promontório ou finisterra sobre o mar e cuja origem remonta a épocas recuadas, e o notável Santuário de Fátima que se construiu a partir do século XX na Cova da Iria, no local das aparições de 1917. A paisagem é diversificada e a natureza é marcante, num cenário onde emergem povoados rurais e aglomerados urbanos de pequena dimensão. Tem a duração de 3 jornadas (54 km).

O Caminho do Norte tem início em Valença e inscreve-se no território do Norte e Centro de Portugal. Ao longo de 17 jornadas (364 km) e com um cenário de grande beleza e diversidade, convida a desfrutar da paisagem natural e urbana, sempre com a presença de rios e serras que desenham um território ancestral, onde emergem pequenas aldeias, vilas e cidades. Grande parte do Caminho do Norte coincide com o Caminho Português de Santiago.

O Caminho do Médio Tejo é constituído por três rotas que partem de Tomar (31 km), Sertã (98 km) e Abrantes (91km), respetivamente. Desenvolve-se em território moldado pelo sistema hídrico do Rio Tejo e pelo conjunto de serranias, encostas e vales da sua margem norte, onde correm rios e ribeiros que irrigam as terras e alimentam o caudal do grande rio. Aqui o Património Histórico convive com a criação cultural e artística contemporâneas e as vivências culturais e sociais desta região são marcadas por festas e tradições e pela rica e genuína gastronomia. Resulta de uma parceria entre o CNC e a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, entidade gestora destes percursos.

O Caminho dos Candeeiros tem início em Rio Maior e a duração de 3 jornadas, num total de 63 km. Inscreve numa região que integra o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. O percurso coincide com antigos caminhos rurais que ligam povoados ancestrais, implantados nas encostas, planaltos e vales deste espaço geocultural do Maciço Calcário Estremenho. O Património cultural é preservado por comunidades acolhedoras que perpetuam ricas tradições, onde se inscrevem as cores e os sabores de uma variada gastronomia. Resulta de uma parceria entre o CNC e a Câmara Municipal de Rio Maior, entidade gestora deste percurso.

Foram ainda aprovados Caminhos com o mesmo perfil, identificados e geridos por parceiros do Centro Nacional de Cultura, nomeadamente a Rota Carmelita (Coimbra/Fátima) e o Caminho do Centenário (Vila Nova de Gaia/Fátima), iniciativa da Associação Caminhos de Fátima.

Lançado pelo Centro Nacional de Cultura em 1996, o projeto dos Caminhos de Fátima foi concebido por Gonçalo Ribeiro Telles e Helena Vaz da Silva, com o objetivo de garantir condições adequadas ao espírito de peregrinação e promover o turismo cultural religioso. O CNC é titular do Projeto Caminhos de Fátima, proprietário da respetiva marca e entidade certificadora.

A informação sobre os Caminhos de Fátima está disponível numa Aplicação e num site próprio (caminhosdefatima.org) onde estão acessíveis mapas, roteiros multilingues e vária informação útil.

O CNC conta com parcerias essenciais como o Santuário de Fátima, o Turismo de Portugal, a Entidade Regional de Turismo de Lisboa, municípios e entidades públicas e privadas.

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