Portugal sempre olhou o céu como quem procura um destino. Antes de dominar o mar, aprendeu a ler as estrelas. Foi nelas que se desenharam as rotas da curiosidade e do engenho que moldaram o país e o projetaram no mundo.
A história da navegação é também a história de uma forma de pensar científica, inquieta, guiada pela observação e pela experiência. Os navegadores dos séculos XV e XVI confiavam em instrumentos rudimentares e em cálculos astronómicos para enfrentar o desconhecido. Hoje, esse mesmo impulso traduz-se em tecnologia, inovação e mobilidade – pilares de uma aviação que se tornou essencial à vida moderna e ao posicionamento estratégico do país. O setor aéreo é um dos motores da economia portuguesa. Liga cidades, aproxima continentes e sustenta grande parte do turismo nacional, que representa uma das principais fontes de riqueza e emprego.
Cada voo representa, para além da operação logística, um elo numa rede global que alimenta negócios, cultura e conhecimento. Portugal, pela sua localização e estabilidade, tornou-se um ponto de passagem privilegiado entre a Europa, África e o Atlântico, desempenhando um papel relevante nas rotas comerciais e nas operações internacionais. A aviação é também uma força de coesão territorial. Os aeroportos e aeródromos espalhados pelo país impulsionam a economia regional, favorecem a mobilidade interna e criam emprego qualificado em áreas tão diversas como a engenharia, a manutenção aeronáutica, a meteorologia, a logística e o turismo.
Ao mesmo tempo, o setor enfrenta novos desafios: a transição energética, a digitalização e a sustentabilidade. A descarbonização do transporte aéreo e o desenvolvimento de combustíveis alternativos estão a transformar a indústria e a abrir novas oportunidades de investimento e investigação. No céu de Portugal cruzam-se, assim, tradição e futuro. O mesmo país que aprendeu a navegar pelas estrelas é hoje capaz de comandar rotas aéreas, formar pilotos, projetar tecnologia e acolher milhões de viajantes.
Há uma linha invisível que une o astrolábio ao cockpit, a curiosidade ao conhecimento, o vento às turbinas. O céu continua a ser o horizonte, espaço de partida e de regresso, lugar onde a ciência se encontra com o sonho e onde o país, uma vez mais, se descobre a si próprio.

