A Filmoteca do Batalha Centro de Cinema ultrapassou recentemente a marca dos 200 filmes disponíveis para visionamento gratuito, consolidando-se como um dos principais arquivos audiovisuais do Porto. A coleção, acessível em dois postos na Biblioteca do Batalha, oferece um retrato multifacetado da cidade, da década de 1920 aos dias de hoje.
O acervo, em permanente expansão, inclui documentários (95 títulos), filmes experimentais (39), ficções (28), jornais de atualidades (22), registos amadores (19), videoclipes (19), filmes de artista (14), animações (11), séries televisivas (quatro) e um registo de espetáculo. A década de 2011-2020 é a mais representada, com 72 filmes, seguida pelos anos mais recentes (2021-2025), que já somam 39 obras.
Entre os destaques, contam-se cerca de 60 filmes realizados entre 1927 e 1983, provenientes do arquivo da Câmara Municipal do Porto, incluindo “A Propósito da Inauguração duma Estátua — Porto, 1100 Anos” (1970), produzido sob supervisão de Manoel de Oliveira. A produção local das últimas décadas está bem representada, com obras de cineastas como Abi Feijó, André Gil Mata, Catarina Alves Costa, Edgar Pêra, João Salaviza e Regina Pessoa, além de filmes comissariados pelo próprio Batalha, como “No Interior” (2023), de Luke Fowler, “Sobrevoo” e “Estação Rádio Bouça” (2023), de Jonathas de Andrade, e “2720” (2023), de Basil da Cunha.
O acesso à Filmoteca é livre e gratuito, mediante apresentação de documento de identificação, e a consulta faz-se exclusivamente nos postos de visionamento, de terça a sábado, das 11h às 19h. O espaço oferece ainda uma sala de leitura e acesso a livros e periódicos sobre cinema.
O acervo serve também de base ao ciclo Filmoteca Sonora, promovido pelo Maus Hábitos com curadoria da Porta-Jazz, que convida músicos a criar interpretações sonoras ao vivo a partir de filmes selecionados.
Com mais de 200 filmes disponíveis, a Filmoteca do Batalha afirma-se como um arquivo vivo e acessível, que documenta a história do Porto e a sua ligação ao cinema, abrindo portas a cinéfilos, investigadores e a todos os apaixonados pela sétima arte e pela cidade.