O festival Lisboa Soa, dedicado à “arte sonora, ecologia e cultura auditiva”, realiza-se de 24 a 27 de agosto, no Quartel Largo Cabeço de Bola e nas Carpintarias de São Lázaro. Serão várias as instalações sonoras e espetáculos únicos e workshops de educação auditiva no qual poderá participar gratuitamente.
Davide Tidoni, Marta Zapparoli, Lula Pena, Rafael Toral, Rudolfo Quintas, Stefanie Egedy e Tarek Atoui são alguns dos artistas que irão marcar presença, com as suas instalações sonoras, no festival Lisboa Soa. Realizar-se-á de 24 a 27 de agosto, no Quartel Largo Cabeço de Bola e nas Carpintarias de São Lázaro.
As instalações sonoras presentes serão únicas entre si, havendo quem utilize velas e matéria em combustão para compor música (Vincent Martial), ou quem dê som a um desenho em movimento (Cláudia Guerreiro e Rui Carvalho (Filho da Mãe)). São também utilizadas “antenas que captam a rede invisível de comunicação sem fios e de alta-frequência” (Marta Zapparoli) ou software e interfaces para sintetizar material sonoro étnico e sons eletrónicos (Tarek Atoui).
Rudolfo Quintas irá apresentar, nas carpintarias de São Lázaro, a exposição “Darkless – A journey of Acoustic Embodiment”: um conjunto de instalações “imersivas a interativas”, sendo elas “Black hole”, uma nova versão da obra “Can I Hear You Dance?”, o filme “SONIAL” e o workshop “Blind Sounds”. O artista colabora com pessoas cegas e envolve a inteligência artificial e a realidade virtual.
Já a poeta, compositora e artista visual Lula Pena irá apresentar algo único, no dia 27 de agosto, às 19:00 horas, no Quartel Largo Cabeço de Bola: a composição sonora “abrir o concreto para que o espontâneo brote, e o concreto se escute” realizará um diálogo entre uma Planta e um Humano.
O festival Lisboa Soa terá a sua primeira edição discográfica – “Sounds Within Sounds” – baseado no seu “arquivo sonoro”, criando novas interpretações e significados. Foi produzido por quatro artistas portugueses e editado pela Crónica Eletrónica.
Os mais novos não ficam de fora e são até um dos principais envolvidos na sensibilização para a ecologia e sustentabilidade. O evento integra um conjunto de workshops para crianças, assentes na ecologia, no “lado plástico da manualidade” e, não poderia deixar de se realizar exercícios de escuta e produção sonora, música interativa, canto improvisado, caminhadas multissensoriais, entre outros. Todas estas atividades acontecem na Oficina de Gambozinos (dia 26) e na Bombas de Sementes (dia 27), entre as 14:30 horas e as 16:00 horas. Para poder garantir o seu lugar, aconselha-se a inscrição prévia através do e-mail do festival.
O que é o Lisboa Soa?
O Lisboa Soa é o primeiro festival em Portugal a cruzar a “arte sonora, ecologia e cultura auditiva”, trazendo artistas nacionais e internacionais com vontade de experimentar e descobrir novos sons. Estes são assentes em ideais de cidadania, responsabilidade, comunidade e partilha.
O festival foi criado, em 2016, por Raquel Castro com o objetivo de estudar o som e a ecologia acústica. O objetivo passa também por enaltecer a “criação artística contemporânea”, sempre num contexto social e ecológico e incentivando à participação do público através de instalações e espetáculos sonoros, caminhadas auditivas, oficinas de educação auditiva, entre outras iniciativas.
Nesta edição, o festival segue-se pelo tema Multipli.Cidades, focando-se na inclusão e em abraçar as diferenças. Promove, assim, a coexistência ente todo o tipo de comunidades. O Quartel Largo Residências e as Carpintarias de São Lázaro são vistos como espaços ecologicamente conscientes e inclusivos, tendo uma relação direta com a cidade mãe.
“A cidade quer-se plural, igualitária, digna, por isso deve respeitar a diversidade e adotar políticas inclusivas como elemento-chave do bem-estar individual e social, como expressão da riqueza cultural e base vital da sua identidade. Sabemos hoje que esses valores estão intrinsecamente ligados aos processos ecológicos e que as desigualdades sistémicas desafiam a capacidade das cidades de alcançar uma sustentabilidade real”
Explica, em comunicado, a fundadora do Lisboa Soa, Raquel Castro.