Visitar o concelho de Serpa, território de fronteira no sul profundo de Portugal é ter uma experiência inesquecível com uma oportunidade ímpar de conhecer um património imenso e pessoas incríveis! A hospitalidade e o saber receber característicos, a gastronomia, o património, a cultura e a tranquilidade andam de braços dados, num concelho com identidade própria, tão bem revelada nos pontos e altos da polifonia.
Visitar Serpa é conhecer a história de um povo resistente, que sempre soube fazer da liberdade e da solidariedade a sua mais forte expressão. História que está presente em cada canto e recanto destas terras, mas em que as suas gentes sabem bem que o passado é a ponte para este presente de agora e para as futuras gerações.
Cultura, sustentabilidade e comunidade são, no concelho de Serpa, as principais apostas. A beleza e diversidade da paisagem, o rico património, a boa gastronomia e as produções locais, as tradições e a forte identidade de quem aqui vive, a par de uma excelente oferta de iniciativas ao longo do ano, de espaços de fruição cultural, de equipamentos de lazer, permitem experiências únicas a quem vista o concelho. Visitar Serpa é, também, poder deambular sem pressas pela cidade, vilas e aldeias, percorrer as suas ruas, conhecer a serra e o montado, o rio Guadiana ou as ermidas e igrejas; e, igualmente, descansar numa esplanada, usufruir dos espaços verdes ou da Piscina (em tempo de verão) e partilhar os modos de vida tão daqui. Para quem quer mais atividade, há múltiplas propostas, dos percursos pedestres e caminhadas na natureza, que aliam a prática física à história e ao património do concelho, aos passeios de bicicleta, BTT, visitar o Pulo do Lobo e o Parque Natural do Vale do Guadiana (que é também o território do lince ibérico) ou fazer observação de aves, entre muitas outras possibilidades.
E é imprescindível a visita aos museus, ir às compras no comércio local, aproveitar ao máximo os dias e as noites que, se for esse o caso, podem prolongar ainda mais os dias. Conhecer o que aqui se come e se fabrica, do famoso queijo Serpa DOP (com passagem pelo Centro Interpretativo do Queijo Serpa, no Mercado Municipal) aos queijinhos de cabra, aos vinhos, sem esquecer o azeite, os enchidos, o pão, o mel ou a doçaria, cujo emblema são as célebres queijadas de Serpa. Os restaurantes do concelho, para além de outros pratos para todos os gostos, idades e vontades, apresentam pratos tradicionais, feitos com os ingredientes locais e da época, cozinhados com mãos de mestre e com o orgulho de quem sabe fazer o melhor: borrego , espargos silvestres, gaspachos e lavadas, pratos de caça, migas e, ainda, sugestões como nomes tão apelativos como como masmárrias, subranfusas, aljaramolho ou sopas de Santa Teresinha, este últimos parte integrante de um roteiro próprio com o nome SerpApetece, em que o município promove a gastronomia como património cultural.
Dos inúmeros locais de interesse, na cidade de Serpa destacam-se o Castelo de Serpa, o Museu Arqueológico, o Museu do Relógio (privado,) as Muralhas, a Torre do Relógio e o Aqueduto e a Nora, ex-libris monumental de Serpa.
E, em todo o concelho, há a marca indelével da principal manifestação cultural identitária: o cante. Neste ano em que se assinalam os 10 anos da inscrição do Cante Alentejano na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco, importa salientar que o Cante já era do mundo antes disso, tanto quantos os alentejanos que, ao logo dos anos, saíram daqui para esse mundo fora. Porque o Cante representa a profunda ligação ao território de todos quantos aqui nasceram, cresceram, ou viveram, corporizando um sentido de comunidade extensível não apenas ao Alentejo, mas a todos os locais onde há comunidades alentejanas. O cante faz-se em grupo, é social e emotivo, tal como o viu José Gomes Ferreira ao escrever “nunca vi um alentejano cantar sozinho”.
Por tal, numa visita a Serpa é imprescindível visitar o Museu do Cante, que se localiza em pleno Centro Histórico da Cidade, que tem como missão contribuir para a salvaguarda do Cante Alentejano. Este Museu Municipal é constituído pelo Centro Interpretativo do Cante Alentejano, que integra uma exposição permanente dedicada ao canto coral tradicional do Alentejo, em que se pode viajar pela história desta prática poético-musical, conhecer os seus aspetos mais importantes, ouvir e cantar as modas; a Galeria de Exposições Temporárias, com salas para exposições dedicadas ao Cante Alentejano e a outras temáticas que com ele se cruzam; o Centro de Documentação Manuel Dias Nunes, com uma pequena biblioteca e uma discoteca especializada, assim como um espaço de consulta e de apoio à investigação; um Auditório, onde é possível ouvirem-se grupos corais, ao vivo, ou assistir a outros eventos relacionados com o Cante Alentejano. Para além destes espaços tem ainda uma loja para venda de produtos ligados ao Cante Alentejano, tais como CD, livros e lembranças.