O Museu Bordalo Pinheiro, em Lisboa, inaugurou, no dia 19 de outubro, a exposição “Ora Faço Gravuras…”, de Luís Afonso. A mostra, patente até 28 de janeiro de 2024, conta com cartunes dedicados aos museus, ao património e à cultura.
O autor, através da exposição “Ora Faço Gravuras…”, dá a conhecer a uns e recordar a outros um conjunto de cartunes da sua autoria, dedicados aos museus, ao património e à cultura, publicados ao longo das últimas décadas.
Luís Afonso nasceu em Aljustrel, em 1965, e atualmente vive em Serpa. Com um percurso académico ligado à Geografia, foi professor da disciplina e trabalhou em projetos de desenvolvimento até o ano de 1995. A partir daí, dedicou-se exclusivamente aos cartunes, atividade que havia iniciado uma década antes.
Ao longo do tempo, tornou-se uma presença marcante no panorama dos cartunes em Portugal, sendo reconhecido por diversas rubricas diárias, nomeadamente no Público com “Bartoon”, no jornal A Bola com “Barba e Cabelo”, no Jornal de Negócios com “SA”, e na RTP com “A Mosca”. Além disso, é também autor de nove livros de cartunes, oito deles como autor integral e um como argumentista.
Em 2012, estreou-se no mundo da ficção com “O Comboio das Cinco”, seguindo-se “O Quadro da Mulher Sentada a Olhar Para o Ar Com Cara de Parva e outras histórias”, em 2016, e “A Morte de A a Z”, em 2022, todos eles editados pela editora Abysmo. Além disso, publicou “O Chef”, em 2022, editado pela Relógio D’Água. Para além das suas criações escritas, é ainda autor de uma curta-metragem intitulada “Everestalefe”, produzida em 2019.
Há precisamente 30 anos, a 25 de abril de 1993, Luís Afonso iniciou a sua jornada na crítica da atualidade nacional e internacional através de cartunes diários, sucedendo a outro destacado cartunista português, Sam, no jornal Público. Não receia trabalhar lado a lado com as notícias que comenta, por vezes na mesma página, alertando o leitor para o absurdo quotidiano.
O que faz é “pegar em todas as situações absurdas, pondo em evidência as contradições que lhe estão associadas”, isto é, “desconstruindo para expor o ridículo e usando o humor como agitador das consciências”.
A EGEAC diz homenagear nesta exposição as “tiras culturais”, sucedendo a mostra que o Museu de Évora dedicou ao autor em 2009, com o título “Por mim fazia-se ali um Museu”. “Acreditamos que, apesar de datadas em relação aos acontecimentos que comentam, a crítica que encerram mantém-se viva e atual, continuando a provocar um misto de riso e estupefação generalizados”.