A realidade religiosa e social do concelho de Vila Verde está intensamente ligada à devoção a S. Bento da Porta Aberta. Pelas 33 freguesias do concelho são evidentes as marcas da devoção ao santo, designadamente ao nível do património e do calendário de festividades.
De todas as freguesias, sobretudo ao longo dos meses de verão, saem sucessivamente grupos de caminheiros até ao santuário do sopé da serra do Gerês, seja para ‘pagamento’ de promessas, para meditação ou por manifestação de fé e apego ao “santo milagreiro”, mas que o povo identifica também como extremamente exigente.
As festas a S. Bento assumem-se como expoentes da dinamização sóciorreligiosa das comunidades locais de diferentes pontos do concelho, sobressaindo pela popularidade e pelo envolvimento e mobilização de fiéis, seja em Pedregais, Rio Mau ou Vila de Prado.
Pelos diversos caminhos que os peregrinos tomam no concelho de Vila Verde, desde os pontos mais a sul ao norte, para atravessarem o rio Cávado e o rio Homem, nos seus mais diversos pontos, encontram-se diversas capelas erguidas em diferentes épocas, assim como imensos nichos de oração e as tradicionais ‘alminhas’. Tratam-se de manifestações espontâneas e genuinamente populares, em muitos casos em tributo a S. Bento.
Estes caminhos de S. Bento são também uma oportunidade para conhecer o património histórico e arquitetónico das vivências religiosas do concelho, desde a Casa da Torre e a Igreja de S. Miguel em Soutelo, à igreja românica de Coucieiro e ao alto de Mixões da Serra. Revelam igualmente passagens abertas pelos caminheiros ao longo de áreas florestais e dos rios, num verdadeiro roteiro de devoção beneditina.