Conhecer a história e a natureza do Cadaval

Conhecer a história e a natureza do Cadaval

O município do Cadaval faz-nos um roteiro pelos principais pontos de interesse cultural e patrimonial do concelho. Espaço ainda para recuperar tradições antigas e mergulhar na natureza da Serra de Montejunto. Um verdadeiro convite, recheado de opções, para visitar esta zona do Oeste. 

Real Fábrica do Gelo

Grande marco da arqueologia industrial, é a única do seu género em Portugal e Europa, sendo um símbolo da tecnologia medieval. A sua construção teve início em 1741, com vista a satisfazer a grande procura de gelo que existia por toda a capital. Representou um grande avanço na qualidade e higiene do processo utilizado para a “produção” de gelo, dado que este passou a ser fabricado nos tanques da fábrica e não colhido após o vento o ter amontoado, como sucedia até então.

Quase tudo o que se sabe sobre a atividade da Real Fábrica do Gelo deve-se à tradição oral. Conta-se que quando chegava o mês de setembro enchiam-se os tanques rasos de água e durante a noite esperava-se que o frio a congelasse. Quando o gelo se formava, o guarda da fábrica acordava os trabalhadores. Antes do nascer do sol, as placas de gelo eram partidas, os fragmentos amontoados e depois carregados para os silos de armazenamento, onde o gelo era conservado até à chegada do verão. 

Na época do calor, decorria a complicada tarefa do transporte até à capital do reino. Primeiro o gelo era transportado no dorso de animais, seguia depois em carroças que o faziam chegar, o mais rápido possível, aos “barcos da neve” ancorados na Vala do Carregado. Estes barcos completavam o circuito do gelo, transportando-o até Lisboa. Estima-se que a atividade da Real Fábrica do Gelo tenha cessado em finais do Séc. XIX, tendo caído no esquecimento por quase um século. 

Quinta da Serra, Montejunto

2550-367 Lamas CDV 

Serviço de Turismo da Câmara Municipal de Cadaval 
Telef. 262 777 888 
Telem.: (+351) 916 782 628 
E-mail: turismo@cm-cadaval.pt 
 
Horário de funcionamento: 
De segunda a domingo, com visitas guiadas às 10h00; 11h00; 14h00 e 15h30. 
No caso dos dias feriados, por favor contactar 262 777 888 
 
Bilhetes: 
Adulto: 2 euros 
Crianças até 12 anos: entrada grátis 
A partir dos 65 anos: 1 euro 

Núcleo Museológico do Moinho das Castanholas

O Núcleo Museológico do Moinho das Castanholas foi inaugurado no dia 13 de janeiro de 2006. Este moinho de armação metálica situa-se na vila do Cadaval, junto da Adega Cooperativa. Foi construído em 1948 e tem quatro casais de mós que podiam moer trigo e milho garantindo a sua altaneira torre uma elevada produtividade. Terminou a sua atividade em 1995.  

A Câmara Municipal do Cadaval adquiriu este moinho para o conservar como um testemunho da atividade industrial moageira que existiu na vila do Cadaval e como um elemento importante do património cultural do concelho. 

 O moinho alberga uma exposição onde são abordados os moinhos do concelho do Cadaval e os seus diversos tipos, o trabalho dos moleiros e o Ciclo do Cereal nas suas diferentes fases como a lavra, a sementeira, a ceifa, a debulha, a limpeza do grão, o seu armazenamento e, por fim, a moagem. 

CONTACTOS

Tel.: (+351) 262 690 166 
E-mail: museu@cm-cadaval.pt 

GPS: 39°14’32.25″N | 09°05’55.74″W 

INFO EXTRA 

Para a visita do público deverá ser contactado o Museu Municipal do Cadaval pelo telefone 262 690 166 e/ ou museu@cm-cadaval.pt. 

Serra de Montejunto 

A Serra de Montejunto localiza-se em pleno coração da Região Oeste, a cerca de 50 quilómetros para Nordeste de Lisboa e sensivelmente a meio caminho entre o Oceano Atlântico e o rio Tejo. Este maciço calcário, meio desgastado pela ação erosiva dos ventos salinos que vêm do oceano, constitui o limite Sul do “Maciço Calcário Estremenho”. 

É o Miradouro natural mais alto da região Oeste com os seus 666 metros de altitude. Daqui se podem avistar, em dias claros, horizontes tão vastos que para Norte atingem as ilhas Berlengas, o Cabo Carvoeiro e o Sítio da Nazaré, para Sul avistam-se as cristas recortadas da Serra de Sintra e as planuras de Montemor, para Este os terrenos da lezíria até bem perto de Santarém. 

A sua linha de cumeadas estabelece uma fronteira natural entre zonas climatéricas diferenciadas. A Noroeste as massas de ar húmido e frio, provenientes do oceano Atlântico, propiciam a formação de densas neblinas à volta dos principais cabeços; a Sudeste com uma maior exposição solar e abrigado dos ventos o clima é mais seco e quente. 

Ilha de Biodiversidade: flora e fauna 

A serra de Montejunto demarca-se da paisagem envolvente, não só pela altitude que atinge, mas também pelas suas características naturais. Surge como um dos últimos refúgios para muitos animais e plantas. Aqui podemos encontrar uma diversidade considerável de plantas e animais, assumindo as aves uma particular importância. Podemos ainda encontrar uma considerável diversidade florística, quando comparada com a região envolvente. Não deixe de visitar o Centro de Interpretação Ambiental da Paisagem Protegida da Serra de Montejunto para mais informações. 

Cantar dos Reis 

O Pintar e Cantar os Reis é uma tradição associada à celebração da Epifania, do Presépio e dos Reis Magos, celebração essa que surgiu na Península Ibérica com a chegada dos monges Franciscanos a Alenquer, no século XIII. No concelho de Cadaval esta tradição perdura nas aldeias serranas de Pereiro e Avenal. 

A celebração pretendia ser um voto de felicidade para o novo ano, que tinha início a 6 de janeiro no calendário romano. O Pintar e Cantar os Reis tem sofrido várias mutações ao longo dos tempos, geralmente associadas a acontecimentos marcantes. Por exemplo, com o 25 de Abril deu-se a integração das mulheres no grupo dos cantores das sociedades e a mutação mais significativa, a celebração deixa de ser privada e isolada para se transformar numa festa participada por todos os que dela queiram fazer parte. 

Na noite de 5 de janeiro um grupo de populares percorre as diversas ruas e casas de cada uma das aldeias, cantando versos alusivos ao novo ano que inicia e aos proprietários das casas por onde passam. Com maior ou menor improviso, a jocosidade está sempre presente nos versos cantados aos proprietários das casas. 

Um outro grupo – munido de lanternas ou candeias, de pincéis e latas de tintas ou mesmo usando sprays – vai pintando, nas casas, os símbolos tradicionais que não só assinalam a passagem da secular tradição por aquele local, como ainda representam votos de bom ano e de prosperidade aos respetivos habitantes. 

Como manda a tradição, durante o percurso, alguns moradores abrem a porta de suas casas, ofertando os reizeiros com comida e/ou bebida, com vista a renovar forças para continuar o percurso. A comemoração termina com um almoço convívio, no dia seguinte ou no fim de semana seguinte, consoante a aldeia, organizado pelas associações locais. 

Cultura e Património Turismo