De norte a sul do país, são diversas as escolas profissionais agrícolas a apostar na formação íntegra dos jovens que optam por esta via de ensino. Apesar da maneira como é vista a atividade agrícola ter vindo a mudar de forma significativa nas últimas décadas e agora ser conotada com um prestígio que durante anos não teve, é percetível que o preconceito e a falta de reconhecimento social do setor primário ainda existem.
As escolas profissionais, no geral, definem-se como instituições de ensino secundário especializado que pretendem formar profissionais intermédios, com habilitação equivalente ao 12º ano de escolaridade e com aptidão profissional de nível três. Nas escolas profissionais agrícolas existe uma vasta oferta de formação nos setores da agricultura, agroindústrias e floresta. Mais recentemente, esta oferta de formação estendeu-se às atividades do mundo rural, como é o caso do turismo, do artesanato, da cinegética e da construção civil convencional, com o objetivo de preparar cada vez mais novos técnicos para operarem na área.
Se agora a atividade agrícola é encarada com mais prestígio, muito se deve à mudança de mentalidade que tem vindo a ser levada a cabo, ao longo dos últimos anos, acima de tudo, pelas instituições que ministram os cursos. Apesar de o preconceito e a falta de reconhecimento social do setor primário ainda persistirem, a maior dificuldade das escolas prende-se com a falta de recursos financeiros. Porém, a incorreta orientação vocacional dos alunos, que muitas vezes existe apenas no papel, a extensa oferta de cursos profissionais, a escassez de recursos humanos e, em alguns casos, a inexistência de mais área para expandir as atividades ligadas à agricultura são outros problemas a comprometer o desenvolvimento do setor.
Apesar dos entraves, nem assim as escolas profissionais agrícolas ‘atiram a toalha ao chão’ e com toda a dedicação, empenho e profissionalismo desdobram-se em protocolos e parcerias que possibilitam, em muitos casos, taxas de empregabilidade a rondar os 100%. São jovens que, depois de terminarem a formação, estão aptos a ingressar no mercado de trabalho, já que lhes foi possível estar em contacto com a realidade, ao longo do período de aprendizagem. A confiança na qualidade da formação dos estudantes reflete- se na procura das empresas. Ainda assim, nem só para o mercado de trabalho vão os alunos. Há quem escolha prosseguir os estudos no ensino superior, levando na bagagem os conhecimentos adquiridos ao longo do tempo em que frequentaram o ensino profissional.