A CAMINHO DE MEIO SÉCULO DE DEMOCRACIA

A CAMINHO DE MEIO SÉCULO DE DEMOCRACIA

As Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril – data que se assinala em 2024 – tiveram início em março de 2022 e terminam no final de 2026. Este ano, o foco das comemorações está no papel do mundo do trabalho e do movimento sindical, independente e anticorporativo, no combate à ditadura, no desempenho da oposição partidária ao Regime do Estado Novo e na constituição do Movimento dos Capitães.

Em março de 2022, aquando do marco histórico da democracia portuguesa ter passado a contar com mais dias do que os que teve a ditadura, iniciaram-se as Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. O término está apontado para o final do ano de 2026, altura em que se cumprem cinco décadas sobre um ciclo crucial para a consolidação democrática: a aprovação da Constituição, a formação do I Governo Constitucional, na sequência das eleições legislativas, a eleição do Presidente da República, a realização de eleições regionais nos Açores e na Madeira e, finalmente, de eleições autárquicas. Cada ano enfatiza um tema primordial, sendo que o objetivo é reforçar a memória e sublinhar a atual importância destes acontecimentos na construção e afirmação da democracia.

Durante este ano são recordados o acentuado núcleo de greves que teve lugar em 1973, e os primeiros encontros intersindicais que se iniciaram em 1971 e que levaram à formação do movimento sindical democrático. Assinala-se ainda meio século do III Congresso da Oposição Democrática (Aveiro, 4-8 de abril de 1973), um significativo momento de consolidação das oposições à ditadura e de preparação das eleições, que viriam a acontecer em 1973. Também o Encontro dos Liberais (Lisboa, 28-30 de julho de 1973), que comprova o fim da Ala Liberal e difunde a ideia de constituição de uma terceira via, entre o regime e a oposição democrática. São ainda evocados o Assassinato de Amílcar Cabral (20-01-1973), a Guerra Colonial e o nascimento do Movimento dos Capitães, a reunião entre Álvaro Cunhal e Mário Soares, as próprias eleições de 1973 e a declaração unilateral da independência da Guiné-Bissau (24-09-1973).

Com o propósito de dinamizar as Comemorações, é levado a cabo um conjunto de iniciativas, das quais se destacam: exposições e mostras expositivas, colóquios, conversas e mesas redondas, lançamentos e apresentações de obras, memoriais, cerimónias evocativas, concursos, constituição de dossiês digitais, projetos educativos e ações de formação.

Em 2024, quando se atingem os 50 anos de democracia, o ciclo das Comemorações volta-se para os três ‘D’ e, nesse mesmo ano, serão lembrados o Movimento dos Capitães/MFA e a Descolonização, em 2025 a Democratização e, por fim, em 2026, o Desenvolvimento.

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