A Festa dos Tabuleiros que traz (ainda) mais cor a Tomar

A Festa dos Tabuleiros que traz (ainda) mais cor a Tomar

De quatro em quatro anos, pelos fins de junho e inícios de julho, as ruas de Tomar ganham (ainda) mais cor com a Festa dos Tabuleiros. Graças aos tomarenses, a tradição tem vindo a ser preservada ao longo do tempo, o que faz com que seja a celebração mais importante da cidade e uma das maiores e mais antigas do país.

A origem da Festa dos Tabuleiros está associada à ancestralidade, uma vez que começou por ser uma celebração das colheitas, em homenagem a Ceres, a deusa romana das colheitas, da agricultura e da fertilidade. Porém, mais adiante, a Festa associa-se à religiosidade, mais concretamente às festividades desenvolvidas ao Culto do Divino Espírito Santo, auxiliado pela Rainha Santa Isabel.

Caraterizada, atualmente, como uma manifestação religiosa e cultural, “única no Mundo”, a Festa dos Tabuleiros apresenta vários eventos, para além do acontecimento central, o Cortejo dos Tabuleiros. Ainda antes do arranque oficial das festividades, no Domingo de Páscoa acontece a Procissão das Coroas e Pendões do Espírito Santo.

Depois, a partir do último fim de semana de junho ou do primeiro de julho, durante dez dias, várias atividades, como a Bênção dos Tabuleiros, o Cortejo dos Rapazes, os Jogos dos Rapazes, as Ruas Populares Ornamentadas, o Cortejo do Mordomo, Cortejos Parciais e Jogos Populares anteveem o ilustre Cortejo dos Tabuleiros, que acontece no segundo e último domingo de celebração.

É ao som de gaiteiros e fogueteiros, que se inicia o Cortejo dos Tabuleiros, encabeçado pelo Pendão do Espírito Santo e pelas três Coroas dos Imperadores e Reis. Seguem-se os Pendões e as Coroas de todas as freguesias do concelho, as “raparigas”, que carregam os tabuleiros à cabeça, e por fim os carros do pão, da carne e do vinho.

As “raparigas” que transportam os tabuleiros devem utilizar um vestido comprido branco e uma fita colorida a cruzar o peito e a cintura. Apesar de, por norma, caminharem do lado exterior, nas ruas mais estreitas passam para o interior, de modo a que os tabuleiros não choquem com as varandas.

Perto de cada uma delas, vai um rapaz trajado a rigor, com camisa branca, de mangas arregaçadas, calças pretas, barrete escuro e gravata na cor da fita da “rapariga” que ajuda e acompanha. As fitas têm como propósito representar as cores das 16 freguesias de Tomar.

Já o tabuleiro, que deve ter a altura de quem os carrega, é composto por 30 pães, de formato especial com 400 gramas cada, inseridos uniformemente em cinco ou seis canas, presas a um cesto de vime e finalizadas por uma Coroa com a Cruz de Cristo ou a Pomba do Espírito Santo. Quanto à decoração é feita com flores de papel, verdura e espigas de trigo, que acabam por aludir à festa das colheitas em honra de Ceres.

A celebração da Festa dos Tabuleiros termina com a distribuição da Pêza, que consiste na partilha do pão, da carne e do vinho pelas pessoas, no último dia, que tem de ser sempre uma segunda-feira.

Cultura e Património