A 18 de abril, celebra-se o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, uma efeméride instituída pelo ICOMOS (Conselho Internacional de Monumentos e Sítios) e aprovada pela UNESCO em 1983. Este dia tem como objetivo sensibilizar para a importância da preservação do património cultural e fomentar o reconhecimento da sua diversidade e relevância histórica.
Em 2025, o tema definido pelo ICOMOS Internacional é “Património resiliente face às catástrofes e conflitos”, destacando a necessidade de proteger o património cultural em tempos de crise e instabilidade. A destruição de monumentos e sítios devido a desastres naturais, conflitos armados e outras ameaças torna essencial a implementação de estratégias de resiliência e salvaguarda, garantindo a continuidade do legado histórico para as futuras gerações.
Desde 2024, o Património Cultural, I.P. é a entidade responsável pela coordenação nacional desta efeméride, dando continuidade ao trabalho anteriormente desenvolvido pela extinta Direção-Geral do Património Cultural. Como habitual, e em colaboração com o ICOMOS Portugal, este organismo promove um conjunto de atividades em parceria com autarquias, museus e outras instituições, apelando à participação ativa da sociedade na celebração da data.
Num país como Portugal, onde a História se reflete praticamente em qualquer rua, inúmeros edifícios e até paisagens, esta data assume particular significado. Com um vasto legado arquitetónico e arqueológico, desde os castelos medievais às igrejas manuelinas, passando pelos centros históricos e pelo património industrial, Portugal guarda testemunhos de diferentes épocas e civilizações que moldaram a identidade nacional.
O conceito de património tem evoluído ao longo dos anos, deixando de ser visto apenas como um conjunto de monumentos icónicos para abranger paisagens culturais, património imaterial e até memórias coletivas. Neste sentido, a preservação não se limita à conservação física dos bens, mas implica também a transmissão do seu valor às futuras gerações, através da educação e da valorização das comunidades locais. Portugal tem sido um exemplo no reconhecimento e salvaguarda do seu património, com 17 sítios classificados como Património Mundial pela UNESCO. Do centro histórico do Porto a Sintra ou Évora, do Douro Vinhateiro à Universidade de Coimbra, são múltiplos os exemplos de locais imperdíveis a visitar e preservar. Contudo, a preservação destes locais enfrenta desafios, desde os efeitos das alterações climáticas à pressão do turismo de massas, exigindo uma gestão equilibrada entre conservação e desenvolvimento sustentável.
Este dia é, assim, um convite à redescoberta do património, incentivando não apenas a visita aos monumentos e sítios, mas também uma reflexão sobre o seu papel na sociedade contemporânea. A proteção do património não é apenas um dever institucional, mas um compromisso coletivo que envolve cidadãos, associações e poderes públicos. Afinal, é na valorização da memória que se constrói o futuro.