OLEIROS, ONDE A NATUREZA O ABRAÇA E AS SUAS GENTES O ACOLHEM

OLEIROS, ONDE A NATUREZA O ABRAÇA E AS SUAS GENTES O ACOLHEM

A pretexto das fantásticas praias fluviais de Oleiros não podemos deixar de apreciar todo o património deste concelho da Beira Baixa. A começar pela gastronomia, não fosse esta a terra do famoso Cabrito Estonado. Mas há muito mais para descobrir, desde a GeoRota do Orvalho ao roteiro religioso ou explorando o rio Zêzere e os desportos náuticos em Álvaro, antiga sede de concelho, e que é hoje uma das “Aldeias de Xisto”.

Perto da sede do Município de Oleiros situa-se a Praia Fluvial do Açude Pinto, conhecida pela sua vasta extensão de piscina tanto para miúdos como para graúdos. Na área envolvente existem amplos espaços de relvados com sombras, além de infraestruturas como o bar, os balneários e a churrasqueira.

Esta praia voltou a ser galardoada este ano com a Bandeira Azul – pela terceira vez – e está vigiada todos os dias durante a época balnear. É um espaço agradável, com muitas sombras e relva, com duas piscinas: uma para os mais novos e outra mais profunda. Pode desfrutar do parque infantil – totalmente requalificado – e do parque de merendas, dois grelhadores, balneários. Esta é uma praia acessível a todos e com lugares próprios para estacionamento. Uma das suas principais características são os amplos espaços de relvado, com arvoredo e espreguiçadeiras.

Oleiros proporciona uma série de descobertas. No centro da vila, em frente ao jardim com coreto, está a estátua do Padre António Andrade, o primeiro português a chegar ao Tibete, nascido nesta vila. Um passeio pelas ruas leva-o à descoberta do projeto Arte à Porta. Vai encontrar velhas portas com pinturas artísticas de autores locais e nacionais com temas identitários locais.

A Igreja Matriz, a Capela de Nossa Senhora dos Homens e da Misericórdia fazem parte do valioso roteiro religioso local. Para recuperar energias, o Cabrito Estonado é a principal iguaria gastronómica local, razão que sustenta a existência em Oleiros de uma Confraria dedicada a este prato ancestral. O maranho, a sopa de peixe, a tigelada, os licores (com destaque para o de medronho do qual também se faz a aguardente), o vinho Callum – um vinho branco com baixo teor alcoólico cultivado nas margens das ribeiras – são outros dos sabores de Oleiros.

A Moon Gate, uma peça artística iluminada e suspensa sobre as águas da Ribeira de Oleiros merece igualmente uma paragem enquanto percorre os passadiços que acompanham as margens, no denominado Trilho do Cabrito. A beneficiação deste espaço natural aconteceu especialmente nas condições de acessibilidade e segurança do percurso temático (pedonal) “À Descoberta da Ribeira”, através da instalação de passadiços. Desta forma permite-se que quem tenha mobilidade reduzida possa percorrer aquele corredor verde entre a Ponte Grande da Torna e a Praia Fluvial de Açude Pinto.

Saindo de Oleiros, encontramos o Rio Zêzere que percorre cerca de 30 quilómetros do Concelho, dotando-o de mais duas zonas balneares. O rio tem 370 quilómetros da nascente à foz, repleto de desafios, para fazer a pé, de bicicleta ou de canoa. Uma imersão profunda na diversidade natural e cultural que faz do vale do Rio Zêzere uma paisagem única no país e uma das joias da coroa de Oleiros.

Em Cambas, aldeia que se estende por uma das encostas das margens do rio, avista-se uma vasta área de sombras de choupos, freixos e amieiros com relvado que apela ao descanso. Muitos são os caravanistas que ali pernoitam ou prolongam a paragem. O bar com esplanada funciona no verão. Neste local é disponibilizado churrasqueira, mesas, sanitários. Os utilizadores da Praia Fluvial de Cambas têm condições para frequentar este espaço onde a natureza renasce todos os anos.

Nas proximidades desta praia está um dos locais turísticos mais visitados de Oleiros. Trata-se da Georota do Orvalho, em pleno Geopark Naturtejo, inaugurado em 2020. Tem 9 quilómetros de percurso, parte destes em passadiço. Pode optar por caminhar pelos passadiços na zona da Cascata da Fraga D`Alta ou os passadiços que vão levá-lo ao Miradouro do Cabeço do Mosqueiro de onde se obtém uma maravilhosa paisagem a perder de vista.

O desporto náutico tem lugar cativo em Álvaro. O Zêzere também deu a esta localidade uma zona de lazer náutica. Neste rio que nasce na Serra da Estrela está uma piscina flutuante para adultos. As crianças têm lugar próprio numa outra em zona de areia. Esta estrutura balnear possui condições de acessibilidade para cidadãos com mobilidade reduzida. Este local disponibiliza ainda embarcações, bar e esplanada parque de merendas e casas de banho.

Nesta praia reúnem-se condições propícias à prática de diversas atividades desportivas e de lazer como a canoagem, desportos aquáticos, pesca, passeios de barco. Em tempos, Álvaro foi sede de concelho como atestam as várias cartas régias e o foral concedido por D. Manuel, em 1514.

A sua toponímia deve-se, provavelmente, ao nome de um criado, Álvaro Pires, que ficou encarregue de governar estas terras na ausência do seu senhor, que tinha ido para a guerra. O fidalgo nunca mais terá voltado e a povoação terá ficado com o nome de Álvaro Pires. Deste conjunto habitacional destaca-se, além das casas solarengas, a capela da Misericórdia, imóvel classificado com valor concelhio e a Igreja Matriz. Álvaro já foi uma importante aldeia da Ordem de Malta, e integra hoje a Rede de Aldeias de Xisto.

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