E se no meio de uma floresta idílica se deparasse com ermidas com os Passos de Cristo, numa réplica exata à Via-Sacra existente em Jerusalém? E se esta descoberta fosse ainda mais extraordinária ao incluir uma recriação, ao vivo, do percurso de Jesus a carregar a Cruz, desde o Pretório de Pôncio Pilatos até ao Monte Calvário? É todo este ambiente que pode vivenciar no dia 30 de março, a partir das 15h00, na Mata Nacional do Bussaco.
A Semana Santa na Mata Nacional do Bussaco começou a 9 de março, com a inauguração da exposição “Os sinais da Páscoa: Crucifixos e outras peças alusivas à época”, no Convento de Santa Cruz, mas o ponto alto é a recriação da Via-Sacra. Dezenas de atores e figurantes encarnam e percorrem os Passos para o Calvário, da Condenação ao Sepulcro, num trajeto pelo interior da Mata do Bussaco, pela Via Crucis, mandada erigir, em 1644, pelo reitor da Universidade de Coimbra, Manuel de Saldanha, e, 50 anos depois, edificada em capelas numa réplica exata à de Jerusalém por ordem do bispo-conde D. João de Melo.
Esta Via-Sacra encenada é um dos atrativos da Mata Nacional do Bussaco, especialmente na época de Quaresma, mas a Mata guarda tesouros que o vão surpreender a vários níveis, na natureza ao património e à história. Localizada no concelho da Mealhada, a Mata Nacional do Bussaco ocupa cerca 105 hectares e possui uma das melhores coleções dendrológicas da Europa, com cerca de 250 espécies de árvores e arbustos com exemplares notáveis. É uma das Matas Nacionais mais ricas em património natural, com quatro unidades de paisagem: Arboreto, Jardins e Vale dos Fetos, Floresta Relíquia e Pinhal do Marquês. Argumentos para que tenha obtido a classificação de primeira floresta terapêutica da Península Ibérica, com os banhos de natureza a serem uma das propostas ao visitante.
No centro da Mata, mais uma surpresa, um património arquitetónico único: o Palace Hotel, uma edificação neomanuelina, construída entre 1888, ano da aprovação do projeto de Luigi Manini, lado a lado com o Convento de Santa Cruz do Bussaco, ligado à prática eremítica dos Carmelitas Descalços, que ali edificaram o seu Deserto, cujas construções são marcadas pelos embrechados de pequenos fragmentos de quartzo, basalto, escórias ferruginosas (jorra industrial) e cortiça.
O Bussaco é marcado também pela história do país. Palco de uma batalha que travou o avanço das Invasões Napoleónicas, em 27 de setembro de 1810, exibe os marcos deste conflito, seja no Museu Militar, seja no Obelisco ou na Oliveira de Wellington, o general inglês que liderou o exército português.
À DESCOBERTA… DAS TERMAS DE LUSO E DA GASTRONOMIA DA MEALHADA
Na descida ao sopé da Mata, por entre cantos e recantos, como o miradouro da Cruz Alta, a Fonte Fria ou o Vale dos Fetos, chega-se à vila termal do Luso. Uma vila solarenga, de ar puro, e que exibe outro dos tesouros guardados pelo Bussaco: a água de Luso, que tem origem num aquífero, por entre as rochas de quartzo, caracterizada pela sua pureza original e pelas suas propriedades naturais, que corre em plena harmonia com a natureza.
No centro da vila, a Fonte de São João, exibe outra nascente de água, esta superficial, com água permanentemente a correr nas 11 bicas, e onde os visitantes enchem recipientes para levaram água para as suas casas.
As Termas de Luso, com as suas águas, ímpares, das melhores águas minerais e medicinais do mundo, convidam ao relaxamento numa unidade termal de qualidade superior. As Termas de Luso contam com um conceito inovador de Medical Spa suportado por três valências complementares: termalismo Terapêutico, Spa Termal e Medical Center. O Complexo Termal está aberto ao público durante doze meses, dando resposta às tendências atuais no segmento da Saúde e Bem-Estar. Atualmente, depois de uma renovação, a histórica estância termal conta com a Buvete Termal, um Emanatório, construído sobre a nascente Termal, e 13 salas de tratamento. Na vertente de SPA, destacamse as 7 salas de tratamento, que proporcionam uma experiência completa de relaxamento e bem-estar num conceito multissensorial que explora a intimidade e o encanto dos sentidos.
A visita ao destino Mealhada, Luso, Bussaco não ficaria completa sem a degustação da gastronomia local. O leitão da Bairrada é o “produto estrela”, estaladiço, incomparável, com um receituário que passou de geração e geração e que fez da Mealhada “a sala de jantar do país”, tal é a concentração de restaurantes. Mas à mesa da Mealhada estão outras maravilhas, nomeadamente o pão da Mealhada, de quatro bicos, cozido em forno a lenha, a água de Luso e os vinhos e espumantes da Bairrada, marcados pela casta da região: a baga. Os quatro produtos fazem a marca As 4 Maravilhas da Mesa da Mealhada e valem mesmo a pena provar!