A Rainha das nossas Serras

A Rainha das nossas Serras

A ANCRAS – Associação Nacional dos Caprinicultores da Raça Serrana, com sede em Mirandela, nasceu com o objetivo de apoiar os criadores desta raça, sendo responsável pela execução do programa de melhoramento genético. 

A cabra Serrana teve a sua origem na Serra da Estrela, evoluindo em quatro ecótipos: o Transmontano, o Jarmelista, o Ribatejano e o da Serra. Hoje em dia o ecótipo da Serra encontra-se em grave risco de extinção. Devido à elevada dispersão geográfica dos criadores, foi necessário criar protocolos de delegação de competências com outras associações. 

O sistema de exploração mais comum é o extensivo tradicional, recorrendo sobretudo ao pastoreio de percurso, quase sem necessidade de suplementação adicional. A cabra Serrana é explorada na dupla aptidão leite/carne, com predomínio da primeira. É a única raça caprina autóctone de pelos compridos. A pelagem pode ser preta (Serra e Ribatejana), castanha escura (Ribatejana), castanha (Jarmelista) ou ruça (Transmontana).  As cabras do Jarmelo apresentam duas listas na face de cor castanha mais clara; nas Ribatejanas pode aparecer ou não. 

No Livro Genealógico estão registados nos quatro ecótipos, cerca de 15 mil animais em 194 explorações a nível nacional. De forma a contrariar a diminuição progressiva do efetivo e a valorizar os produtos de excelência da cabra Serrana, foram criadas duas cooperativas, a LEICRAS (Queijo de Cabra Transmontano DOP) e a CAPRISSERRA (Cabrito Transmontano DOP). A LEICRAS recolhe o leite aos cooperantes e fabrica com leite cru o famoso e único Queijo de Cabra Transmontano DOP. A CAPRISSERRA, para além de recolher os cabritos com certificação DOP, presta serviço veterinário e vende rações e todos os equipamentos necessários para agricultura e pecuária. 

A Cabra Preta de Montesinho

Em 2009, com o reconhecimento da Cabra Preta de Montesinho como uma raça autóctone, a ANCRAS deu início ao Registo Zootécnico da Raça como entidade gestora. É um animal de estatura mediana, pelagem preta e pelos curtos, muitas vezes brilhante. O esforço da ANCRAS vai ao encontro da preservação da raça, uma vez que estão inscritos apenas 1700 animais. Conhecida como a “vaca leiteira dos pobres”, é explorada em dupla aptidão carne/leite. Ainda hoje, subsistem pequenos núcleos, integradas em rebanhos de ovinos, essencialmente pela sua capacidade leiteira. 

Esta divulgação é importante no sentido de sensibilizar os nossos governantes a proteger as raças autóctones e dar continuidade ao Património Genético Português. 

Agropecuária