Com uma grande variedade de paisagens a curta distância – num “pulo” vamos da cidade ao campo ou à praia – não há desculpa para deixar de aproveitar o património natural do nosso país. O turismo de natureza está cada vez mais na moda, com uma oferta de grande qualidade.
No turismo de natureza viaja-se de forma responsável, o que implica conhecer o sítio e as pessoas onde se está. É o oposto da ideia do “turista de passagem”, já que está implícita a imersão na envolvente. Desta relação nasce o respeito pelo meio ambiente, incentivando a sua conservação, e melhora-se a qualidade de vida das comunidades locais.
Nos últimos anos, o ecoturismo tem-se tornado num potenciador económico de territórios de baixa densidade, transformando regiões outrora esquecidas em destinos de férias ou escapadinhas para viajantes. A observação de aves, observações astronómicas, campismo, pesca, montanhismo, fotografia ou visitas a parques são algumas das atividades mais comuns deste segmento do turismo.
Afinal Portugal é um país de grande beleza natural e cultural com uma enorme diversidade de paisagens. Parques e reservas naturais no litoral ou interior do país, muitos deles áreas protegidas, oferecem uma grande variedade de espécies de fauna e flora e atividades associadas. Para quem gosta de caminhadas ou de andar de bicicleta, há cerca de 3700 quilómetros de percursos pedestres de Grande ou Pequena Rota homologados em todo o país. E os passadiços, outrora raros e locais inacessíveis aos visitantes mais comuns, ganharam uma visibilidade internacional notável, tornando-se numa aposta de vários municípios.
Cada vez mais há oferta ao nível de acomodações para que se possa descansar literalmente no meio da natureza. Os eco resorts, o turismo rural, o “glamping”, um conceito que acrescenta “glamour” ao campismo, e o autocaravanismo são opções cada vez mais em voga.
Uma tendência emergente já antes da pandemia, o “turismo responsável” veio definitivamente para ficar. O mais recente Eurobarómetro da Comissão Europeia sobre os comportamentos dos cidadãos da União Europeia face às viagens assim o confirma. A grande maioria (82%) diz estar preparada para mudar os seus hábitos em nome de um turismo mais sustentável, através do consumo de produtos locais (55%), da escolha de meios de transporte mais ecológicos (36%), pagar mais para proteger o ambiente (35%) ou beneficiar a comunidade local (33%). Outro dado importante é que 38% dos europeus esperam fazer mais viagens domésticas num futuro próximo.
Citando a poetisa americana Mary Oliver, vencedora do Pulitzer, “Todas as ideias importantes devem incluir as árvores, as montanhas, e os rios”. Os planos para momentos de lazer e viagens também.