É impressionante o fervor da fé das mulheres e homens do concelho de Barcelos que saem às últimas horas do dia para chegar a São Bento da Porta Aberta às primeiras horas da manhã, partilhando conversas e orações, num misto de tradição, devoção e contemplação da paisagem.
O Caminho de São Bento entra em Barcelos por Perelhal, seguindo entre os núcleos rurais bem consolidados até à capela de São Cirilo, a uma centena de metros da igreja. Daqui segue pelo largo da Capela de Nossa Senhora do Alívio (um dos locais mais emblemáticos da religiosidade desta região) em direção às freguesias de Creixomil e Mariz, onde, à entrada desta última, se encontram as Alminhas de Jesus Cristo. Nelas estão representados Nossa Senhora do Carmo e São Bento a interceder pelas almas do purgatório.
Cruzando-se a estrada nacional, entra-se no traçado da estrada primitiva de Esposende para Barcelos, em terra batida, numa zona de mata. A melhor forma de o fazer, na parte urbana de Barcelos, é entrar pela zona industrial de São Pedro de Vila Frescainha. Já em Barcelos, de Casal de Nil e Fonte de Baixo, junto ao paredão onde antigamente se cruzava o Cávado de barco, sobe-se a Rua do Arco, vira-se para a Ponte Medieval, passando-se diante do Solar dos Pinheiros, da Igreja Matriz de Barcelos e do Paço dos Condes. A Ponte Medieval marca a coincidência do Caminho de São Bento com o Caminho de Santiago. Em Barcelinhos, junto à capela de Nossa Senhora da Ponte, vira-se para Vessadas, onde se encontra um parque de lazer junto aos muros da quinta, com uma fonte e as alminhas com painel de azulejo.
Junto à Capela de Santo António de Vessadas, o percurso abandona a estrada nacional e segue para Rio Covo por caminhos agrícolas, entre os muros da Quinta da Tomadia, até à estrada municipal que segue para Areias de Vilar. Dali, continua-se até ao Lugar da Madalena, que foi uma antiga paróquia, até se chegar ao parque de lazer da Senhora do Socorro.
Mais adiante, surge o imponente conjunto arquitetónico do Convento de Vilar de Frades, cuja igreja é Monumento Nacional e um dos melhores exemplares do Gótico Manuelino. O caminho segue pela Veiga do Rio, à beira do Cávado, num cenário de rara beleza natural, passando junto às azenhas de Vilar e pelas Lagoas de Caíde, até chegar junto à Barragem da Penide. Dali, segue por uma mata, com o sugestivo nome de Penedo da Moura, até entrar na freguesia da Pousa. Passada a ribeira do Labriosque, sobe-se o Monte da Graça, em direção a Mire de Tibães, no concelho de Braga.