A 29º edição do CineEco – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela terá em competição 65 filmes, de 27 países diferentes, com uma “maior aposta em obras cinematográficas”. Decorre de 5 a 13 de outubro, na Casa Municipal da Cultura, em Seia, e a entrada é gratuita.
O único festival de cinema ambiental em Portugal e dos mais antigos do mundo regressa para a sua 29º edição, estando a um ano de comemorar os seus 30 anos. De 5 a 13 de outubro, na Casa Municipal da Cultura, em Seia, espera-se uma grande diversidade cinematográfica – aliando sempre o tema ambiente – e um grande espectro internacional. A entrada é gratuita, permitindo a todos assistir às competições, às sessões de cinema, antestreias, conversas com realizadores, exposições, entre outras dinâmicas.
No âmbito das celebrações dos 50 anos do filme “Verdes Anos” (1963), de Paulo Rocha, haverá uma sessão dupla, em que este será exibido conjuntamente com o mais recente filme de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata – “Esta Rua ou Sem Antes Nem Depois?” (2022). A clássica obra cinematográfica é considerada a “fundadora do cinema novo português” e acaba por fazer espelho com o filme mais recente dos dois cineastas, que apresentam um olhar diferente sobre Lisboa, 50 anos depois, e envolvida por uma pandemia.
Este ano concorreram 300 filmes, do qual foram selecionados 65, de 27 países diferentes. Estes entram em uma das cinco categorias em competição: “Competição Internacional de Longas-Metragens”, “Competição Internacional de Curtas e Médias-Metragens”, “Competição de Longas-Metragens em Língua Portuguesa”, “Competição de Curtas-Metragens em Língua Portuguesa” e “Competição Panorama Regional”.
Os temas patentes a estes filmes são bastante diversificados e apresentam sempre uma proposta de mudança de comportamento. Alguns exemplos são “a resistência de pequenas comunidades frente a tragédias ambientais; os direitos dos povos indígenas; a relação entre famílias, género e meio ambiente, os impactos e consequências dos incêndios em Portugal”, entre muitos outros.
Na “Competição Internacional de Longas-Metragens” irão concorrer 10 filmes, destacando-se as estreias nacionais “Club Zero”, de Jessica Hausner, também em competição no Festival de Cannes 2023; e o documentário “Lakota Nation vs. United States”, de Mark Ruffalo e Marisa Tomei, em que são abordadas as “violências cometidas contra indígenas nos EUA, que faz uso do imaginário dos faroestes clássicos”, explica o comunicado de imprensa.
Já na “Competição de Longas-Metragens em Língua Portuguesa”, terá a sua estreia em Portugal “A Invenção do Outro”, de Bruno Jorge: um documentário sobre o “primeiro contacto com uma tribo indígena remota na Amazónia”. O documentário sobre crime ambiental, “Rejeito”, de Pedro de philippis, também concorre. Já “O Segredo de Perlimps”, de Alê Abreu, destaca-se na competição por ser uma animação para um público infantil.
Para lá da competição
Para além da vertente competitiva, o CineEco dinamiza conversas com realizadores, exposições e ações de educação ambiental, com vista a proporcionar “momentos de conhecimento e reflexão” e contribuir para uma “cidadania ativa no domínio do desenvolvimento sustentável e valorização do território e enriquecimento do conhecimento ambiental e cinematográfico”.
É também de destacar a sessão CineConcerto que se irá realizar com apoio do FILMar (desenvolvido pela Cinemateca Portuguesa) e será acompanhada pelo pianista e compositor Filipe raposo. Decorrerá no primeiro dia do festival, 5 de outubro, e será constituída por cinco filmes: “Serra da Estrela”, de Raul de Caldevilla; “Mata do Bussaco”, de Hans Berge; “Tosquia de Ovelhas no Paúl da Serra, Madeira”, de Manuel Luís Vieira; “Lagoa”, de Filmes Castello Lopes; e “A Indústria Baleeira”, de João César Sá.
O CineEco é organizado pela Câmara Municipal de Seia, tendo o patrocínio do Presidente da República e do Departamento do Ambiente das Nações Unidas. É também membro fundador da Green Film Network – organização constituída por 39 festivais de cinema ambiental.